27.8.15

tu

Nunca as palavras haviam fugido de mim. até o dia em que tu cruzastes o meu caminho, fugiram as palavras, o fôlego. revoluções no estômago. Deixastes a loucura nos meus lábios, e despediu-se de mim.
Não há quem me pegue sem tirar um pedaço de mim, vou, assim, desestruturando-me. Ana sem braço, Ana sem perna, Ana sem olhos e, aos poucos, sem coração. Porque tudo aqui vai endurecendo e o vento não é tão bonito quando parado.

Querem me expulsar de mim. parece que todo mundo foi embora. mas eu nunca iria, porque eu ainda espero que tu voltes. talvez a saudade seja um grito abafado, que eu não consigo conter. tudo que eu sempre quis foi ver todas as cores dos teus olhos. sem saber que, ao vê-las, eu não acharia mais as cores do mundo tão bonitas.

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